Escrevo poesia, simplesmente, porque não caibo em mim. Porque, embora saiba ser o ser humano inatingível em sua essência, uma teimosia atípica não me permite desistir de esticar os braços e rogar às pontas dos dedos que roçem essa essência. Escrevo porque sinto o universo em carne viva. Nuances cambiantes invadem-me por todos os poros d’alma. Múltiplas sensações quadruplicadas de prazer e dor arrebatam-me. Minha sensibilidade ultrapassa os limites do tolerável. E sonho. Degraçadamente sonho.
Escrevo porque sou insaciável. Completamente insaciável. A profusão de possibilidades latentes que pulsam frenéticas em volta me fazem assim. Almejo a perfeição descaradamente, enquanto quase todos a espreitam invejosos e resignam-se previamente pela certeza da impotência. Escrevo porque calo. E assim processo as impressões do exterior sob os afagos da solidão enclausurada. Escrevo porque sou só. Porque sou incompreensível e não compreendo. Como todos o são e o fazem. Escrevo porque amo. E meu amor é grande e maior. Sempre maior.
Escrevo. E isso não basta. Diz-me o que basta e serei paz.
Escrevo.
Porque sou pequena. E não caibo em mim.
Acho que os poetas não deveriam se dar o luxo de fazer confissões desse tipo, elas sempre são armadilhas.
Bem, a poeta está mil anos luz que a prosadora. É válido como grito, mas “personalidades gritantes” não me interessam, tampouco a vaidade alheia escancarada. Disso tudo tem de bolo por ai (incluindo os paradoxos fáceis), mas claro… sempre tem alguém pra escutar e achar bonito, como tudo na vida.
Fique bem Clarrissa, espero que a busca da perfeição não te escravize,e vc não se torne a serva cega da próxima esquina. Seria uma lástima.
ah… não sei se te interessa, mas cheguei a uma conclusão que talvez te seja válida.
Chega um ponto que vc tem que definir se a solidão é sua melhor amiga ou se é um preço muito alto a se pagar, nesse ponto é que se decide se vc é poeta ou mais em um em busca da felicidade. Ser poeta é um exercício de si mesmo muito pesado, mas que infla pra danado o ego, claro! É se reproduzir cada vez “melhor” e corriqueiramente, mas também é ter que viver 24 horas num quarto cheio de cópias e fantasmas de si mesmo. De um certo modo é brincar de Deus, sentir o gosto do poder e de ser superior (que ilusão!), mas sempre chegar ao ponto de se sentir desesperadamente perdido, um Deus que não é nem onipotente, nem onisciente, nem onipresente, naturalmente incapaz de lidar com as pretensões que seu ego erigiu. Bem, tem gente que gosta, e a história tá cheia desses exemplos, talvez nesse gostar é que se resume a felicidade de quem escolhe esse caminho e não se possa esperar nada mais.
Pra mim, isso ai não funciona, eu me canso muito rápido de tudo, inclusive de mim, vejo todo esse processo como meio primário e principalmente muito triste, pra mim é um preço muito alto. Claro, muito provavelmente eu não tenha “alma de poeta”, é um argumento!
É mais ou menos isso aqui: http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/510459
Por favor,apague esse comentário. Acabei me confessando por aqui e,cmo disse esse tipo de coisa não deveria interessar a ninguém, apenas a quem escreve, e quem sabe a vc, que se não posso considerar uma amiga,é pelo menos coleguinha de faculdade heiuaheiauea. Apague!
Fique bem.
Moça bonita! =D
Que lindo, lindo, lindo o que você escreveu agora. “Escrevo porque calo.” Esta é a maior angústia de todo escritor, calar o mundo dentro de si, calar a vida lá fora, ouvir os seus gritos (…)
E o mais lindo, sabia que eu já pensei por diversas vezes nisso? Sou pequena demais. =]
“Porque sou pequena. E não caibo em mim”
Coleguinha Jimenna (hauhahaahuhau),
Venho aqui, publicamente, recriminá-la pela indescência delituosa de não haver me mostrado seus textos antes. Temos algo em comum que mal se esgueira nas entrelinhas e qualquer coisa de díspar que borbulha nas discussões.
Talvez sejamos amigas na admiração e curiosidade que devotamos uma a outra.
Talvez sejamos amigas sem nos dar conta..
*Sim, a sanção: não apagar o seu comentário, rsrs. Depois consideramos a conversão dessa pena, se for o caso.
Clarrisa, boa noite! A postagem do seu poema pode ser vista em:
http://sonsdesonetos.blogspot.com
Espero que goste. Grande abraço!
André.
Menina pequena de grandes devaneios, de grandes sentimentos, de muitos anceios…
LINDO ESSA “COISA PEQUENA” QUE LI.
Moça bonita, escreva da forma que quiser. =D Vou ficar feliz de todo jeito. =P
Eu já fiz as devidas correções! Um grande abraço!
Ah! E sabe os plágio de alma? Acabei de ver que te plagiei no título da poesia. Eu pus Poes- ia e voce pos Pois ia…
x)
Oi, “ser transbrodante”! Estou aqui no meu passeio costumeiro. Que bom ler tudo isso. Eu costumo dizer que escrevo somente o que não consigo não escrever. Que bom que você me ajuda a pensar, assim… assim… 🙂
Visite meu novo blog, aliás, novo endereço: http://www.poesia-sim-poesia.blogspot.com
muitos beijos!
Lau
Pois é moça! Nossos labirintos, o meu é tão azul, tão azul.
=]
Um abraço!
Que poema mais lindo. ;~~
Disse tudo o que eu sinto. =]
Um beijo moça!